A fotografia de interiores transporta consigo o desafio de comunicar uma realidade quase inalterável que se mantém fiel àquilo que nossos olhos veem.
Muitos interior designers têm dificuldade em transmitir as verdadeiras cores, luzes, sombras e ângulos das suas principais criações através da fotografia.
É por esta razão que lhe apresentamos algumas dicas profissionais para fotografar a sua criação, preservando a essência da mesma.
Hotel Turim Boulevard, Lisboa, Portugal
Tudo o que precisa para iniciar uma sessão de fotografia de interiores
Olhe à sua volta
Olhar, observar e analisar o espaço à sua volta é essencial para fotografar ambientes. Este primeiro passo pode levar algum tempo, mas vai permitir que perceba as fontes de luz, as diferentes perspetivas do local e os melhores ângulos a explorar.
Para o ajudar, deixe-se inspirar pelo espaço e pense naquilo que quer que as pessoas sintam quando veem o que criou.
Encontre o equilíbrio
Assim como a iluminação é fundamental no design de interiores, no momento de fotografar, a luz é o fator diferenciador que confere ao mesmo espaço uma aparência completamente diferente.
Equilibrar as fontes de luz é o segredo para evitar desequilíbrios e inconsistências no resultado final.
A luz natural ajuda-o a manter a realidade das cores do seu projeto, mas poderá criar desenhos e sombras indesejadas.
O segredo passa por definir o que quer que aquele espaço transmita. Se paz, tranquilidade e calma é o que deseja que o espectador sinta, opte pela luz da manhã. Se aquele espaço respira um final de tarde com os amigos e família, o pôr-do-sol deverá ser a sua opção.
Projeto Residencial por Allegrocomodo para John Taylor, Madrid, Espanha
O que não poderá faltar
Para além de criatividade e boa energia, numa sessão de fotografia de interiores não podem faltar uma câmara com lentes intercambiáveis onde poderá alternar entre três tipos de objetivas: grande angular, standard e macro.
O espaço é pequeno mas tem muito para revelar? A objetiva grande angular, 35mm ou 18mm, irá permitir captar fotografias de espaços mais apertados. No entanto, recomendamos que tenha especial atenção para não tornar o espaço maior do que realmente é.
E aqueles detalhes que não podem passar despercebidos? Ao usar uma objetiva macro entre 50mm e 85mm vai conseguir capturar todos os elementos diferenciadores do seu projeto.
Um tripé é essencial em qualquer sessão fotográfica especialmente na fotografia de arquitetura onde se deseja obter imagens nítidas, claras e profissionais.
Projeto residencial por Clove Republic, Sri Lanka
Configurações Essenciais
As configurações irão sempre depender da fotografia e do que pretendemos destacar na mesma. No entanto, devem ser tidas em conta três configurações principais para obter uma fotografia de interiores com qualidade: abertura, velocidade do obturador e ISO.
Abertura
A abertura considera o tamanho que o diafragma disponibiliza para a entrada de luz na câmara. A escolha da abertura vai determinar a quão nítida e focada a fotografia irá ficar.
Para realçar determinados detalhes do seu projeto ou gerar um desfoque, opte por grandes aberturas – f/1.2 af/2.8.
De uma forma geral, consideramos que uma abertura entre f / 3,5 – 5,6 é o suficiente para fotografar e obter aspeto profissional.
Velocidade
A velocidade do obturador refere-se à quantidade de tempo que este irá ficar aberto para permitir a entrada de luz. Uma velocidade alta (1/8000) vai congelar os movimentos do local que está a fotografar; uma velocidade baixa, irá adicionar à foto um efeito de movimento.
Em fotografia de interiores não se aconselha uma velocidade menor que 1/30 em lentes grande angular e 1/125 no zoom máximo.
ISO
O ISO representa a sensibilidade do sensor de imagem da câmara à luz do ambiente. Uma grande vantagem é que muitas das câmaras digitais oferecem o ajuste automático deste indicador. No fundo, quanto mais escuro o ambiente, mais alto tem de ser o ISO e vice-versa. Recomendamos sempre que possível que o faça manualmente e que não use valores muito elevados, de forma a salvaguardar a qualidade da imagem e evitar ruídos.
Loja de mobiliário Da Costa, Foz do Douro, Porto, Portugal
Pós-Produção
A pós-produção assume um papel diferenciador e enriquecedor no resultado final.
Aqui, a sua criatividade entra, uma vez mais, em ação e poderá fazer a diferença no resultado final. Lembre-se que quanto mais real for a fotografia, melhor. Afinal, os seus clientes procuram ver projetos reais e é importante transmitir-lhes isso mesmo.
Para facilitar este processo de pós-produção é importante que as imagens sejam capturadas em formato RAW para que, caso necessário, possa corrigir facilmente pequenos apontamentos.
Recomendamos duas aplicações de edição: Lightroom ou Photoshop. Em ambos os softwares poderá eliminar ou corrigir elementos da sua fotografia, editar o contraste, a saturação e a nitidez, ente outros. Adicionalmente, equilibrar as cores é o truque essencial na fase de edição das fotografias de interiores.
Hotel H10 Estepona Palace, Estepona, Espanha
Esperamos que estas dicas o tenham ajudado e que esteja pronto para pegar na câmara e fotografar o seu portfólio. Se para além da fotografia cria frequentemente projetos de interiores, convidamo-lo a ler os nossos artigos sobre como incorporar arte na decoração e algumas dicas para escolher o papel de parede ideal!
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